novembro 26, 2011

Guarda-chuva



O meu namorado não é português e adora identificar o que me distingue enquanto portuguesa. Diz que deve estar-me nos genes identificar um pingo de água ainda antes dela cair e abrir o guarda-chuva em menos de um milésimo de segundo depois do evento. Não se importa que sejamos os únicos da rua com um guarda-chuva aberto -- a menos que outro cidadão do jardim à beira-mar plantado ande pelo mesmo quarteirão -- e diverte-se com o barulhinho delicado que começa a crescer de intensidade uns minutos depois.
Já identifiquei outro português debaixo de um guarda-chuva aberto ainda antes do temporal se instalar e esta coincidência trouxe-nos uma gargalhada partilhada, daquelas que trocam portugueses que se cruzam fora do seu país.
Da minha metade, a partilha e a cumplicidade, (também) nos pequeninos episódios que me tocam.

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